Uma história por dia, nem sabes o bem que te fazia.
Se nasceste pobre e se a ela juntas a cor alvo, por favor lê esta história.
Lorde Balfour, representante dos donos da agência imobiliária “ the british empire” tradução livre em português – “os donos disto tudo”, entregou um território a Israel, como compensação por crimes cometidos contra o povo judeu, no final da I Guerra Mundial.
Um terreno para cultivo, construção de imóveis, kibbutz, boa para ocupar, que não senhor, não estava abandonado. Tinha outro dono mais antigo. Os Palestinos.
But “who cares”? They are black or something like that, which equals inferior people. Alvos. Sítio ideal para um estado de sítio chamado apartheid.
Sim, se dúvidas houver, o Apartheid é um crime contra a Humanidade, praticado por peles alvas contra peles alvo. Assim começou a prática.
Lorde Balfour continuou a arenga enquanto pomposo se olhava no espelho : “O terreno é rico e fértil e vá nós todos nos sentimos culpados, ide com deus, vocês foram mortos nas mãos de cristãos, sofreram pogroms e outras discriminações por cristãos, foram perseguidos por cristãos, foram discriminados por cristãos, daqui por mais uns anos nós vamos saber que andavam a morrer debaixo do chuveiro do Zyklon B, enfrentando armas nada cristãs. Não vamos fazer nada a não ser quando já seis milhões se evaporarem nos gases e nós morrermos para vos salvar. Podem depois instalar-se em parte das ruínas do Império Otomano, que vos entregamos. Tomem lá uma terra e não digam que não somos amigos.
Por acaso vocês judeus só não foram discriminados pelos mouros, estes sempre vos acolheram, incluindo no Norte d´África quando andaram perseguidos pelos Cristãos Ibéricos. Somos o pai que bate nos filhos e depois com sentimento de culpa os deixa despejar penicos de cócó em cima da cabeça da mãe.
Este é um favor. Não digam que não somos caridosos. Se disserem que erramos, direi que estão a alucinar. Considerem a compensação por crimes cristãos contra a vossa tribo. Façam o que vos aprouver. Tornem-se o que quiserem que nós aprovamos. Se quiserem desfazer-se dos que aí vivem e alguém ripostar, diremos que estão a alucinar.”
Assim se tornaram e fazem. Churchill anos mais tarde reiterava a supremacia da pele alva sobre a pele alvo por terras da Índia e na Palestina.
No final das contas este é o resultado – um estado terrorista a cometer um genocídio.
Se fosse um atentado na Europa ou na América (como eu pessoalmente já vivi) por parte de um grupo extremista, este terrorismo já teria tido o castigo devido.
Qual a diferença do ataque ao Bataclan, às torres gémeas, ao metro e ao aeroporto em Bruxelas, a Atocha? Na Palestina são dizimados diariamente centenas de seres humanos desumanizados, incluindo crianças que ainda não tiveram tempo para fabricar inimigos, contudo são alvos por não terem pele alva.
Para que não possam crescer, transformar-se em terroristas, migrantes ou algo assim.
Nem todos os seres humanos são iguais! E se me disserem que estou errada, dir-vos-ei que estais a alucinar.
O povo da Palestina, sofre sozinho, num país nem sequer reconhecido (como falha também o Estado Português – há séculos a causar danos, talvez agora a sofrer o karma na pele misturada), que nada fez aos judeus. É pobre, muçulmano e de pele escura. Sofre um processo de genocídio em curso, com armas, apartheid, fome e tudo o que os donos do mundo permitem.
Envergonha-te classe dominante na Europa, na América, e por todo o mundo que nada faz para travar esta vergonha.
Vais figurar na História dos dias contemporâneos como ninho de primatas psicopatas selvagens assassinos. E nós, os zés de ninguém nada podemos fazer, a não ser protestar.
Somos uma espécie pretensiosa, soberba e cheia de truques que se dá demasiada importância. Vende-se por trinta dinheiros (alusão directa a Judas e a todos os seguidores traidores), para no dia da caducidade da sua existência finita – no caos que é esta ala do manicómio numa galáxia infinita – ter como seu apenas o pedaço de terra onde ficará enterrado.
Um dia esta civilização manhosa cairá, não tenho dúvidas. Não digam que não sabiam. Foram avisados por poetas, humoristas, historiadores, doidos, bêbados, e escritores alguns com habilidades psíquicas de adivinhação.
Por fim, um último detalhe – se esta espécie cheia de chico-espertice (em americano, expertise para a malandragem), pior que marabunta a querer comer tudo e a enganar quem pode – se ficasse sem a gente de pele alvo e pobre, o mundo ruiria em dois dias. Simples assim.
Faço uma ponte entre peles – alvo e pobres:
-Quem apanharia o tomate, a batata, o morango e o mirtilo? Quem lavaria as sanitas e limparia o lixo que fazemos?
Sim, aqueles que são alvo de ódio, de destruição, de fome, de matança, aquele que vive em barracas, sem documentos, e é desumanizado, escorraçado da sua casa, levado para terras longe.
Não há muitos anos, acontecia assim, com outros formatos. E Portugal foi um dos países participantes. Está -lhe na massa.
Pelo mundo correm ventos fascistas de apoio a fascistas. Não admira por isso termos estas agendas de incentivo ao ódio. De esmagar os mais pobres, tornar ainda mais vulneráveis quem é pobre sobretudo aqueles de pele alvo. Nem os poucos de pele alva que se esforçam, conseguem ajudar.
A luta vai continuar. Porque no chantilly da sobremesa, somos o creme escuro de la creme.
Na próxima vida neste planeta, não virei nem preta nem pobre. Para não ser alvo. São factores a evitar quando abrir o cardápio da escolha da luta reencarnatória.
Esta frase de Ermicida inspirou este texto.
Anabela Ferreira
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