António José Seguro prepara governo de coligação. (por Jacinto Furtado)

seguro passosAntónio José Seguro espera ganhar em 28 de Setembro as eleições primárias no Partido Socialista colocando-se dessa forma na posição de candidato a primeiro-ministro.

Sondagens publicadas ontem, realizadas pelo CM/Aximage indicam que se o PS fosse a votos com António José Seguro ganharia por uma margem muito pequena, o PSD de Pedro Passos Coelho sobe, o CDS de Paulo Portas sobe  e o PS de Seguro desce.

As projecções apontam para o PS com 31% dos votos, o PSD com 27,2% e o CDS com 8,3%. Caso Passos Coelho e Paulo Portas se apresentem às eleições em separado, António José Seguro pode ambicionar ser convidado para formar governo.

Caso PSD e CDS se apresentem juntos às eleições os votos de ambos perfazem 35,5% e lá vai por água abaixo o sonho de Seguro ser primeiro-ministro. Torna-se claro que neste momento o maior aliado da continuidade de Pedro Passos Coelho no poder é mesmo António José Seguro. Situação estranha, o garante da continuidade do regime é aquele que devia provocar a sua queda.

Como não podia deixar de ser, até porque é sinónimo de um fraco líder, António José Seguro já veio dizer que a culpa destas fracas sondagens é de António Costa. Seguro, tal como Coelho, vive numa realidade paralela, ambos têm uma fraca formação moral que os leva a não admitirem os seus próprios erros, sua falta de capacidade. Será que António José Seguro já se esqueceu que nas eleições para o parlamento europeu o PS teve um triste resultado de 31,45%? Será que o tal efeito desestabilizador, como ele chama, a António Costa vale apenas 0,45%?

Na remota hipótese de se conjugarem duas situações PSD e CDS concorrem em separado e António José Seguro ganha as primárias, uma desgraça nunca vem só, Seguro será convidado a formar governo e como sozinho não consegue vai coligar-se porque, como afirma a euro-deputada Maria João Rodrigues na entrevista que deu este sábado ao Jornal i “pois, terá de ser coligação, porque o país não pode ter um governo minoritário”. Questionada sobre com quem seria essa coligação, se seria com o PSD, não descarta a hipótese afirmando que isso não se pode dizer.

Acho irritante esta soberba dos partidos terem coligações desenhadas mas não as dizerem. É uma absoluta falta de respeito pelos eleitores que deviam saber exactamente com o que contam, deviam saber exactamente o que pensa o partido, a quem vão confiar o seu voto, em matéria de coligações. O eleitor pode querer votar no partido “A” mas recusar de todo que este se queira aliar com o partido “B”. Os projectos de coligação deviam fazer parte integrante do programa com que os partidos se apresentam a eleições.

Maria João Rodrigues anda “em campanha”, quer ser comissária europeia, acha que o seu trabalho é muito bom e merece esse cargo. Talvez esse seja um dos motivos pelo qual passa a mão pelo pêlo de António José Seguro e de Pedro Passos Coelho.

Um cenário dantesco parece começar a traçar-se no horizonte, caso António José Seguro ganhe as primárias. O PSD vai ser governo com Pedro Passos Coelho no cargo de primeiro-ministro ou com o próprio ou outro no seu lugar a ocuparem lugar num governo de coligação.

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