A detenção de José Sócrates, nos termos em que ocorreu, é de um terceiro-mundismo gritante. Uma vergonha para a justiça portuguesa. Um vómito repulsivo sobre toda a comunicação social séria. Passo a explicar.
Não gosto e nunca gostei de José Sócrates. A mim, nunca me enganou. Não lhe posso perdoar o estado em que deixou o país. E muito menos a forma como dissipou os recursos que tinha.
A Justiça não é uma coisa que se faz de qualquer maneira, sob pena de o que é justo deixar de o ser. Ou de jamais se saber se o foi, ou não. À mulher de César não lhe basta ser séria, e justiça aparece representada por uma mulher vendada, porque é cega, como cega deve ser a obediência a um conjunto de regras que protegem os cidadãos da arbitrariedade, do abuso de poder, do uso excessivo da força. Cega e por isso, séria. Não foi o caso. A detenção de Sócrates foi ainda pior do que a de Carlos Cruz no processo “Casa-Pia”. Foi um espectáculo em que nem faltaram os holofotes. La-Feria não teria encenado melhor.
Sócrates foi detido, como suspeito, à chegada ao aeroporto e sem ter faltado a qualquer convocatória. Não houve qualquer convocatória e provavelmente, nem deveria haver. Não havia suspeita de fuga. A investigação corria há meses sem que tenha havido necessidade de o prender para prosseguir com ela. Talvez houvesse perigo de continuação da actividade criminosa.
Mas nada disso justifica que uma cadeia de televisão fosse convidada para filmar o acontecimento. Que ignomínia.
Menos de 1 hora após a detenção, a jornalista Felícia Cabrita, no site do “Sol”, escrevia que Sócrates (entre outros crimes graves) acumulou 20 milhões de euros ilícitos enquanto era primeiro-ministro, escondidos numa conta secreta na Suíça. A fonte desta informação? “o Sol apurou junto de investigadores”.
Agora, sim, o inquérito foi perturbado, podendo mesmo levar a que pessoas envolvidas e ainda não detidas dissipem provas, avisadas que estão por uma mega-operação conjunta entre a comunicação social e os órgãos desta “justiça”. É esse o drama. Faz lembrar quando a polícia chega com as sirenes ligadas e os bandidos têm tempo para fugir…
Se este processo está em segredo de justiça? Supostamente, está. Porque o estão TODOS os processos de corrupção e branqueamento de capitais, sem que haja necessidade de promoção do Ministério Público.
E será que este processo diz respeito a esses crimes? Diz. Nós não devíamos saber disso. Mas sabemos. Precisamente, por causa da violação do segredo de justiça.
A jornalista e responsáveis pela edição já deviam estar presos e os “investigadores” que forneceram a “informação”, também, por grosseira e flagrante delito de violação de segredo de Justiça.
Não estão? Que vergonha…
Num pais do terceiro mundo já estava enforcado a muito tempo…. este jagunco,Na verdade, parece-me ridículo a forma como se defende quem usou o dinheiro deste País em proveito próprio…esquecem-se de quem está a pagar a crise? São os trabalhadores por contra d’outrem, que pagam os impostos todos os meses, sem opção de fuga. Que seja feita justiça e que todos os que fizeram deste País, um país miserável, que nos tiraram os filhos, porque foram obrigados a emigrar para outros países à procura de emprego. Entristece-me a forma como este povo reage a este tipo de notícias, têm pena? Mas pena de quê?…Sejamos dignos e defendamos o nosso País destes abutres, que nos sugam diariamente, sejam eles PS, PC, PSD, CDS ou o raios que os partam….desde que quebrem a confiança do povo que votou neles, não há que ter pena…há sim que os penalizar pelas suas ações, a isso sim, se chama justiça e responsabilização pelos atos dos cargos políticos que ocupam ou ocuparam por eleição de quem confiou neles. Os portugueses merecem viver com dignidade e este País tem tudo para que assim seja…Não posso agradecer aos maus políticos deste País o estado de degradação a que levaram este Portugal, que já teve tudo e agora se agarra à única tábua de salvação que temos que é o Turismo. Nada nos resta…venderam-nos aos poucos…Portugal está de luto, pelos filhos que partiram, pelas dívidas que herdamos e pelas famílias destruídas, somos um povo com uma histórica riquíssima e sem perspectiva de futuro.
Tem razão, perdemos tudo isso. Tem razão em tudo. Mas eu não posso defender que percamos também a dignidade. Mesmo quando vejo este povo voltar a insistir no mesmo erro, outra vez… Desta vez, com António Costa, pior.
Ah sim ? porque recomeçar com Passos vai ser muito melhor.. pois é !