É masoquista? (por Telmo Vaz Pereira)

11846685_1023118064365457_3579349167527819536_nTudo o que se possa dizer, nesta altura, acerca dos malefícios causados a Portugal e aos portugueses pela parelha Passos Coelho/Paulo Portas fica forçosamente aquém da realidade, porque só poderá avaliar-se a dimensão do desastre quando a pandilha no poder for posta fora de cena.

Não há, porém, dúvidas de que:

1 ) A actual maioria mentiu descaradamente, antes e depois da campanha eleitoral de 2011 e, formada como é por verdadeiros profissionais da mentira, a mesma maioria, agora sob a forma de coligação designada muito apropriadamente por PAF (Pote à Frente!), não desistiu de ludibriar o eleitorado. (Se dúvidas houvesse, bastaria ler o relatório do FMI para elas se esfumarem. De facto ali se lê que “as autoridades [portuguesas] reiteraram o seu compromisso com as metas de redução da dívida expressos no Programa de Estabilidade e indicaram que propostas mais concretas ao nível da despesa seguir-se-ão às eleições para o Parlamento, à medida que forem necessárias”. Note bem: “depois das eleições”. Manifestamente, eles podem ser – são – aldrabões, parvos é que não.)

2 ) Ao longo de toda a legislatura prestes a findar, os cidadãos foram repetidamente insultados, em particular pelo Passos Coelho que, vendo-se a ele próprio ao espelho, se fartou de andar a apregoar que os portugueses eram “piegas” e tinham andado “a viver acima das suas possibilidades”;

3 ) Garantiram-nos, depois de já se terem apossado do “pote”, que Portugal tinha mesmo que empobrecer e, verdade seja dita, por uma única vez cumpriram. Portugal empobreceu mesmo e tornou-se um país na cauda da Europa — estando a posicionar-se para ser ultrapassado pela Polónia — Portugal e a maioria dos portugueses. Os ricos, ao que consta, ficaram mais ricos, em conformidade, aliás, com os desejos e os esforços da dupla partidária no poder. Em contrapartida, o número de pobres aumentou exponencialmente, em consonância com o lema deste governo: tirar aos pobres, para dar aos ricos. (Se o lema é falso, o resultado é incontroverso).

4 ) Sofrendo Portugal desde há séculos e não apenas desde há décadas, de um défice de competitividade face aos seus parceiros mais próximos, coelho e portas, em vez de enveredarem pela política de investimento na qualificação (inclusive do empresariado que dela bem precisada anda), na ciência e na inovação, preferiu apostar na precarização do trabalho assalariado, na redução de férias e feriados e no aumento dos horários laborais. Em pura perda.

5 ) A política seguida por esta gente provocou a perda de centenas de milhares de postos de trabalho e empurrou para a emigração cerca de meio milhão de jovens e de quadros qualificados, números que representam para Portugal uma sangria de valores que não tem paralelo em qualquer outra época da sua história.

6 ) Não há memória de uma governação à qual possa ser imputado um esbulho à altura do levado a cabo pelo governo liderado pela parelha constituída pelo pantomineiro passos e pelo vice-pantomineiro portas. Cortes de pensões, de salários, de subsídios de férias e de Natal, brutais aumentos de impostos sobre contribuintes individuais, acompanhados de desagravamentos fiscais para empresas de grande porte incluindo os Bancos, tudo serviu para “aliviar” os bolsos dos portugueses, em particular dos que fazem parte da chamada, própria ou impropriamente classe média, em extinção.

7 ) Como se ainda não fossem suficientes todas as malfeitorias elencadas (e só se contou da missa, a metade) impõe-se ainda lembrar o empenho destes meliantes em vender todos os anéis e “jóias da coroa” que ainda restavam à República. Em boa verdade até dos “dedos” se estão já a desfazer.

E TUDO PARA QUÊ ? Para, no final desta legislatura, Portugal ficar mais endividado do que nunca. (130% do PIB, contra 96%, em Maio de 2011).

Deixei no título a pergunta: É masoquista ? Se é, então vote PAF! Tendo em conta os antecedentes, pancada é coisa que lhe não vai faltar!

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *