José Sócrates… O culpado! (por Jacinto Furtado)

Sócrates4José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa é culpado!

Perguntarão os leitores mais desatentos, “então mas ele já foi julgado?”

O que é que isso importa? Não faltava mais nada! É culpado e acabou-se a conversa!

A bem da Nação suspendam-se os direitos! A bem da Nação suspenda-se a justiça! A bem da Nação calem-se todas as vozes que tenham um timbre diferente do orquestrado timbre oficial do regime!

Para que fique claro o verdadeiro sentido deste texto repito parte dum outro texto que publiquei em Novembro de 2014:

“Antes de mais uma declaração de interesses. Não tenho particular simpatia por José Sócrates, é-me indiferente se o futuro dele é com vista para a Torre Eiffel ou com vista para o pátio da penitenciária.

Tenho esperança que, caso se confirmem os crimes pelos quais é indiciado, seja condenado. Confirmem-se sem margem para dúvidas, sem recurso aquela nova figura jurídica a ressonância da verdade. Confirmando-se os crimes e sendo condenado se a moldura penal para os crimes for de doze anos espero que seja condenado a vinte e quatro. Termino por aqui os temas que me são indiferentes em relação a José Sócrates.”

O que não me é, de todo, indiferente são os sinais, cada vez mais evidentes, de que este não é um processo judicial mas sim uma jogada estruturada, planeada e em execução para uma tentativa de perpetuação do regime.

Afinal de que têm medo os manipuladores do regime e de que têm medo os agentes judiciais? A propaganda do regime e a delegação judicial dessa propaganda continuam, todos os dias, a lançar para a opinião pública coisas a que chamam “fugas de informação”, através dumas fontes anónimas, não identificadas mas identificáveis. Não será por acaso que um dos cabeças deste kafkiano processo já foi alvo de procedimento disciplinar por divulgar informação em segredo de justiça. Claro que o procedimento foi arquivado. Ah pois é bébé, com o regime e os seus peões de brega não se brinca!

E que dizer dos telhados de vidro de outro dos cabeças deste filme de fraca qualidade que quer fazer passar a imagem de grande seriedade e de justiceiro? Em 2001 convida amigos para um almoço privado que é pago como despesas de representação da policia judiciária militar. Não há almoços grátis!

As “fugas” são, invariavelmente feitas através dos pasquins do costume, aqueles com quem a comissão de carteira e a entidade reguladora parece não se preocupar com as flagrantes violações do código deontológico. Mas ai de quem tente ter uma opinião diferente, ai de quem pense em produzir uma opinião diferente da corrente aprovada pelo regime. Não faltam os ofícios a pedir esclarecimentos, quem? quando? como? onde? o quê? porquê?

Voltando ao Carvalho Pinto de Sousa, mais conhecido por José Sócrates, a quem o apelido Carvalho não deve significar nenhum parentesco com o Sebastião José de Carvalho e Melo, pelo menos neste processo Marquês está sentado do lado contrário do pelourinho, está sentado ao lado dos Távoras. Parece que já há vozes que o querem castigar por ter respondido, por intermédio do seu advogado a seis perguntas que lhe foram colocadas pela TVI.

À barca, à barca, hu-u!

Depressinha, que se quer ir!

Oh, que tempo para partir,

Louvores a Belzebu!

Que é isso do condenado poder falar, que é isso de o condenado dizer o contrário do que dizem os iluminados justiceiros através das suas habilidosas fugas. Que é isso do condenado poder defender-se com as mesmas armas do regime. O que é isso? Onde vamos parar se for permitido o contraditório? Onde vamos parar se o Povo deixar de acreditar na “verdade” da propaganda?

O segredo de justiça é uma falácia e não serve os interesses do Povo nem os interesses da justiça. Serve, tão somente, a existência de manobras de camuflagem da verdade. Serve apenas para esconder a incompetência de quem investiga e de quem julga.

Os mesmos que passam anos a “investigar” o processo dos submarinos e, no final, arquivam o processo. Os mesmos que esperaram que os eventuais crimes cometidos na Tecnoforma prescrevessem para depois dizerem que não os podiam investigar porque estavam prescritos. Os mesmos que continuam a mudar as pastas do processo BPN dum lado para o outro na esperança que chegue finalmente a data da tão desejada prescrição. Os mesmos de… e de… e de… podíamos continuar a citar a incompetência e a inoperância da justiça o resto do dia e não chegávamos ao fim.

O segredo de justiça serve apenas para que os justiceiros possam, na praça pública, fazer o que não têm capacidade de fazer na barra do tribunal.

Perigo de perturbação do inquérito? Mas que inquérito? Especial complexidade? Mas qual complexidade? Diz o Povo na sua suprema sabedoria que quando não se sabe fornicar até os testículos atrapalham!

Há nas prisões Portuguesas 2.385 presos preventivos, a grande maioria sem acusação. Estão presos para que mais tarde se investigue, estão presos para que mais tarde, eventualmente, sejam acusados e julgados. A ditadura, a terrível ditadura do dia 24 de Abril de 1974 tinha presos, sem acusação, presos para serem investigados, menos de um milhar de pessoas. Ah a terrível inflação que atinge tudo e todos, até os presos sem acusação formada.

Está na hora de se exigir, a bem da verdade e sim a bem da Nação, toda a verdade. Quem? Quando? Como? Onde? O quê? Porquê? Não é possível continuarmos a brincadeira do diz que disse. Este processo é demasiado importante e perigoso para se continuar a brincar com a opinião pública. É demasiado importante e perigoso para que continuemos a ser manipulados por um dos lados do Pelourinho ou, quem sabe, pelos dois.

Joseph Goebbels disse “Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Portugal e os Portugueses merecem e devem exigir que se pare com as mentiras, venham elas do lado da fuga venham elas do lado do condenado.

Há ou não há provas contra José Sócrates? Se há deduza-se acusação, julgue-se e condene-se! Se não é necessário exigir a cabeça de quem brinca com o Povo, de quem manipula, de quem usa a justiça e a sua máquina para outro tipo de interesses que não o do supremo interesse de Portugal, da verdade e da justiça.

Quem e porquê tem medo do contraditório?

2 comentários a “José Sócrates… O culpado! (por Jacinto Furtado)”

  1. Em 2006/7 presidia este senhor José Sócrates um governo que fez um ataque à verdadeira Casa Real Portuguesa http://scribd.com/doc/114996263/D-Rosario-de-Braganca-Um-Rei-Um-Povo-A-Vontade-de-Vencer num acto de perseguição politica nunca visto em Portugal a não ser no tempo da PIDE quando a filha de D. Carlos foi presa por 1 dia em Caxias e logo libertada por intervenção da Embaixada Italiana uma vez que D. Maria Pia era casada com um general italiano.

    Eu não sei se ele é culpado ou inocente, agora fiquei com a certeza que o Karma existe e que cá se fazem cá se pagam!

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