
Era uma vez um esquimó…
Como de costume, vou contar uma história.
Tal como a prostituição esta é a mais velha profissão e história do mundo. Negócios e política na cama. Esta é a história de velhos amantes em tempos de amor ou de cólera, neste planeta com profusos recursos naturais.
Desde que a humanidade o começou a povoar, a fixar-se em parcelas produzindo para o seu sustento e, a explorar os recursos que tinha à sua disposição – inicialmente anunciando-os nas paredes das cavernas e mais tarde tornando-os segredos – adoptou como estratégia territorial criar fronteiras e comprar território aos vizinhos, ou aos líderes que precisassem/quisessem vender ou trocar.
Assim nasceu o agente imobiliário, o homem de negócios, o comerciante. Assim assim nasceu o mercado. Assim nasceu e cresceu Trump. O agente comercial e imobiliário por excelência. Naturalmente trapaceiro, filibusteiro e outros sinónimos para este Ali-Bá-Bá contemporâneo, habituado a falar grosso e alto, a mandar e a conquistar negócios de maneira intimidatória e agressiva, este pirata do século dezanove, pretende continuar o modelo de negócios que deveria estar ultrapassado. Afinal vemos todos, o velho negócio de cama e política continua na posição de missionário. Sempre igual.
Os Estados Unidos da América são o exemplo de país fundado a partir de negócios, num mercado de fusões, aquisições, contratos comerciais. Foram territórios comprados ao México, a França, a Espanha. Na cama com… negócios e política. Está no código genético de um americano fazer negócios, com bens imóveis, territórios, recursos e cérebros(como por exemplo os dos cientistas alemães que durante a segunda guerra mundial desenvolveram aviões e bombas).
Conforme as necessidades, oportunidades, estratégia e necessidade de poder ou acesso fácil a recursos, assim se fizeram negócios, alianças e acordos usando o mercado da compra e venda seja de que bem for.
Como exemplos Portugal, Inglaterra, Espanha (mapa cor-de-rosa, mercado de escravos,rota da seda).
Continuando a história que me trouxe aqui, temos tido líderes que idealizam deixar a sua marca na História através da construção de grandes e famosas obras arquitectónicas, ou algo que mostre o seu poder. Agora sabemos que com Trump é nada mais nada menos que um poder divino. O Rei-Sol Trump quer ter a sua muralha como a China, ou ter a sua ilha como os Ingleses possuem as Malvinas – como se esta fosse a sua mulher que se ajeita ao dono – ou comprar o seu pedaço de território (como o Alaska foi comprado pelos norte- americanos aos Russos, quando estes estavam falidos). Como todos os líderes que adoram Narciso, e têm na falta de empatia a razão psicológica da sua incontrolável ambição, Trump precisa ficar na História dos enviados de Deus com algo verdadeiramente marcante (como se não bastassem o cabelo, a maneira como se exprime ou a sua ignorância).
Então e a história? Vou lá chegar assim que derreta algum gelo…
Aliando todos os factores, além de nato agressivo negociante e narcisista, quando procura o seu lugar de referência, eis que o melhor negociante de imóveis avista o negócio (já que a grande muralha no México parece não estar a resultar) da China, na Greenland, território pertença da Dinamarca.
Durante a II Guerra Mundial esta ilha de esquimós no Árctico, com a ocupação nazi na Dinamarca, é ocupada pelos aliados norte-americanos que nela constroem uma base aérea para abastecimento dos seus voos (como nos Açores). Ponto estratégico para a guerra, porém demasiado gelo para ser fácil e barata a extracção dos seus ricos recursos minerais. Com o derreter do gelo, a Greenland passou a ter factores de melhor e maior acesso ao negócio de extracção. Entra então o negociante no jogo da compra.
Num contratempo inesperado a compra é-lhe negada, por uma mulher que não se ajeita a más posições de cama, a Primeira-Ministra Dinamarquesa Mette Frederiksen.
O grande e divino líder Trump, como bom filibusteiro do século dezanove, vendo fracassado o negócio não aceita o não, faz uma birra política cancelando a sua visita ao país.
Vou contrariar Shakespeare afirmando, “algo não está podre no Reino da Dinamarca”.
Esta é uma pequena vitória para esta bola ou “disco long play” azul (caso o leitor se sinta um inclinado amante da teoria da terra-plana).
Nos próximos capítulos, enquanto vemos o oxigénio, a água e o equilíbrio do maior eco-sistema do planeta na Amazónia ser consumido pelo fogo, ateado pela inexistência de consciência do Nero tropical, continuaremos a assistir a negócios e política juntos na mesma cama (a começar agora com a reunião do grupo dos sete países que exercem a prática do proxenetismo-G7).
Se Shakespeare fosse vivo rescreveria a frase célebre, como não está rescrevo-a eu, “algo está estragado no reino da terra”.
Assinalo hoje o dia em que morre um dos homens de negócios que mais males deixa como herança à humanidade neste século vinte e um, David Koch, que com o seu dinheiro de manipulações obscuras – porque deixando muitas vidas em estado de coma – ofereceu o trono ao comerciante do século dezanove que tentou nesta história comprar esquimós e não conseguiu.
Anabela Ferreira
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