O aeroporto de Tel-Aviv tem um papel decisivo para a economia sionista e para o sentimento de bem estar dos israelitas, ao ser o principal ponto de ligação com o mundo. A explosão, dia 23, de um rocket artesenal perto do principal aeroporto de Israel desencadeou grandes cancelamentos de vôos internacionais, pela primeira vez, em mais de duas décadas.
A suspensão dos vôos das norte-americanas Delta Air Lines, American Airlines e United Airlines, das europeias Delta Air Lines, American Airlines e United Airlines, e de tantas outras, provocou um rombo na economia sionista calculada em cerca de USD$ 40 milhões, em apenas um dia e em cada dia que se seguir.
Por aqui se vê que para se acabar com esse pesadelo de décadas sobre os palestinianos, o melhor meio é atingir lá onde dói mais aos sionistas — isto é, interromper esse ciclo infernal no qual Israel confisca as terras palestinas, onde famílias palestinas inocentes são punidas colectivamente, diariamente, mas que Israel não cessa seu bombardeio a Gaza — tornando o custo económico desse conflito alto demais para os sionistas.
Sabemos que essa estratégia funciona. Quando os países-membros da União Europeia emitiram directrizes para não financiar os assentamentos de colonatos ilegais, a medida fez o chão tremer nos gabinetes. E, quando uma campanha cívica persuadiu com sucesso um fundo de pensão holandês, o PGGM, a retirar seus recursos dos assentamentos, foi um alvoroço político.
Talvez não pareça que esse tipo de acção acabe com a matança actual, mas a história tem demonstrado que aumentar o custo financeiro da opressão pode abrir o caminho para a paz. A economia de Israel vai continuar a sofrer um forte impacto negativo e poderemos estar certos que mais tarde ou mais cedo serão derrubados os extremistas sionistas que lucram politica e economicamente com essa situação infernal.
Actualmente Israel ocupa, coloniza, bombardeia, ataca, e controla a água, comércio e fronteiras de uma nação legalmente livre reconhecida pelas Nações Unidas. Em Gaza, Israel criou a maior prisão a céu aberto do mundo fazendo com que os palestinianos vivam em «bantustões», e fechou as saídas com a construção dum vergonhoso muro. Agora, que as bombas caem em Gaza, não há como sair de lá.
Isso é crime de guerra e nenhum Estado de Direito aceitaria se estivesse acontecendo em outro lugar. Mas o facto é que muitos Estados fecham os olhos para o que está acontecendo na Palestina, a começar pelos USA que apoiam o sionismo e que até recusam a Resolução do Conselho dos Direitos Humanos da ONU para que se investigue os crimes de guerra praticados pelos sionistas, por considerarem – pasme-se! – destrutivo! Dos 47 membros do Conselho, a Resolução foi aprovada por 29 votos, enquanto que houve 17 abstenções. O único voto contra foi dos EUA …
O Hamas já está sob sanções injustas e sendo pressionado por todos os lados. Comparados a Israel, o poder e riqueza palestinos são mínimos. Mesmo assim, Israel nega-se a interromper a ocupação ilegal de territórios, principalmente com a ignóbil cumplicidade dos diversos governos americanos neste cruel derramamento de sangue dos palestinianos.
O mundo precisa agir tornando o custo financeiro insuportável para os sionistas.
Telmo Vaz Pereira
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