Enquanto o País segue o PIOR momento da sua Governação recente, com estatísticas de emprego aldrabadas, empresas a rebentar, exportações a cair, impostos a subir e despesa pública descontrolada, os opinadores do costume resolveram que o que é importante é a casa dos segredos (ali para os lados de S. Bento).
Assim, ficámos a saber que:
O Coelho mandou dizer que a culpa é só do Ricardo.
O Ricardo disse que a culpa era de todos (da Marilú, do Carlos, do Zé Maria e do Contabilista) menos dele.
A Marilú e o Zé Maria, amigo do Coelho, disseram que a culpa era do Ricardo e do Amilcar.
O Carlos disse que a culpa era do Ricardo, do Amilcar e do Victor, amigo do Aníbal.
O Victor, amigo do Aníbal, disse que não sabia nada do assunto (passou toda a vida a dizer o mesmo). Que perguntassem ao Queiros que ele é que sabia.
O Aníbal, sem lhe perguntarem nada, disse que só falou com um mês de atraso (tá balhelhas).
O Queiroz disse que as irmãs do Ricardo fazem bolos, mas que não tinha falado do assunto (presume-se que à ASAE) porque tinha medo dos Banqueiros. Que perguntassem ao Amilcar.
O Amilcar disse que nada sabia do assunto, mas que a culpa era do Ricardo e do Zé Maria.
O Mário, que fala por tudo e por nada, já disse que era melhor o Ricardo ficar calado.
O prisioneiro 44, que escreve por tudo e por nada, ainda não disse nada sobre o assunto.
O Ricardo escreveu a dizer, de novo, que a culpa era do Carlos e do Zé Maria.
O Carlos escreveu a dizer, de novo, que a culpa era só do Ricardo.
O Ricardo voltou a escrever a dizer, de novo, que a culpa era do Carlos e do contabilista.
O Carlos ficou calado (como de costume).
O Contabilista desapareceu. Mas escreveu a dizer que, embora em sítio incerto, não está desaparecido; só não aparece porque ainda não o encontraram.
Entretanto, o Ulrich diz que não está para pagar a conta.
RESUMINDO:
1) Nenhum de nós consegue perceber de que raio estão eles a falar;
2) A culpa, não sabemos bem de quê, será só do contabilista;
3) O dinheiro NUNCA vai aparecer (ninguém se preocupa com este tema); e,
4) NO FIM, SEREMOS TODOS NÓS A PAGAR A CONTA.
E lá vamos, dia após dia, aturando a má educação do Amorim, a boçalidade do Marques, as pirozadas da Cecília, o desnorte da oposição e as declarações de passa culpa dos concorrentes da casa dos segredos (valha-nos o facto da Teresa Guilherme ainda não ter sugerido sessões de strip).
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Já uma vez aqui escrevi:
Uma Comissão de Inquérito:
– Engloba Deputados de todos os Partidos representados no Parlamento;
– Requisita e obtém TODA a documentação que considera necessária para a sua investigação;
– Chama a depor/testemunhar TODAS as entidades que considera relevantes para apurar a verdade dos factos;
– Chama a depor TODOS os especialistas que considera relevantes para esclarecer os aspetos tecnicamente mais complexos;
– Tem todos os poderes para prolongar o tempo de investigação e para aprofundar todos os detalhes do processo.
O que devemos esperar de uma Comissão de Inquérito Parlamentar:
– Que envolva Deputados honestos, livres das máquinas partidárias e com conhecimentos técnicos e/ou jurídicos sobre os temas em análise;
– Que apure a verdade e a documente;
– Que proponha sanções políticas quando aplicáveis;
– Que proponha investigação criminal (convocando a PGR – Procuradoria Geral da República) quando existirem reais indícios de atos criminosos.
O que realmente se passa:
– Os partidos nomeiam para as Comissões os Deputados mais próximos das máquinas partidárias, sem qualquer liberdade de pensamento e sem qualquer qualificação específica;
– As conclusões NUNCA são a verdade, mas sim a verdade que interessa à maioria política vigente em cada momento;
– Só há sanções políticas para elementos que não sejam dos partidos em maioria;
– NUNCA há consequências criminais.
Se é para isto que existem as Comissões Parlamentares de Inquérito, então não vale a pena existirem. Custam dinheiro, gastam tempo e NADA produzem (para além de Propaganda Política).
(Texto publicado por Carlos Paz na sua página do Facebook)
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