
Este é o número fabricado pela mão da Humanidade, para o qual os Homens e mulheres com poder têm a solução nas mãos.
Em 97 cheguei a Moçambique a seguir aos Acordos de Paz em Roma. Tinha terminado uma guerra civil de dezasseis anos e entrava-se um novo ciclo de vida. Guerra nunca mais, somos todos irmãos. A pobreza fruto da guerra nunca mais. Afinal, o país tem tantas riquezas que chega para os de dentro de casa, para dar e vender… A mesma realidade veste outros países.
As razões dos corpos caídos na pobreza extrema? Tombaram pela fome, vítimas de exploração, vítimas da corrupção, vítimas dos interesses, vítimas da instabilidade, vítimas da violência, vítimas dos roubos, vítimas da hipocrisia, vítimas de secas, vítimas do consumo, noutros lugares que não as suas casas. E as guerras que os retiram do seu chão. São vítimas de conflitos que os deixam sem terra, sem casa, sem escola,sem hospitais. Vítimas da acumulação de riqueza de uns que não as suas famílias exploradas. Vítimas do terrorismo moderno.
São todas elas vítimas de guerras de palhaços.
No ano de dois mil e dezassete- 2017- vinte anos depois de eu própria ter começado a participar em Programas de Erradicação da Pobreza Absoluta, contam-se vinte milhões de Párias caídos no sistema vicioso e anti-humano em que a Humanidade está envolvida e nela me incluo.
Envergonho-me desta catástrofe que se desenrola neste preciso momento do outro lado do mundo, e, se não houver acções concretas, políticas sérias feitas por gente séria e dinheiro – se há para a guerra de palhaços também haverá para dar de comer às vítimas- até ao próximo mês de Julho são vinte milhões de seres humanos em risco de morrer de fome.
Neste momento o mundo deveria estar revoltado e ultrajado com esta situação a escrever aos seus governos, em todas as direcções e redes de apoio. Ao Senhor Secretário Geral das Nações Unidas Dr António Guterres para que pressione e não largue os membros da Organização na qual tem a função máxima.
Senhor Secretário Geral das Nações Unidas Dr António Guterres, pressione e não largue os membros da Organização na qual tem a função máxima e ajudem efectivamente a travar a fome e a morte de todos.
É vergonhoso e ultrajante que meio Mundo morra por excesso de comida enquanto outros morrem de fome.