Colégio Militar: uma escola pública que é um caso sério de entorse constitucional.

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Berra-se contra os colégios privados financiados com os impostos de todos.

Leio sobre isso coisas verdadeiramente indignas.

Ao lado, há uma escola pública que é um caso sério de entorse constitucional.

O acesso social é discriminatório, destinado às melhores “castas”, socialmente filtradas: tendo em conta o elevado valor das propinas, a maior parte dos jovens portugueses não tem acesso ao Colégio Militar, por razões financeiras, o que é inconciliável com a sua titularidade pública.

Pior do que isso, o Colégio Militar, não obstante a propinagem que pratica, não é auto-suficiente. Na realidade, é financiado pelos impostos, incluindo dos que estão excluídos do acesso à instituição. Vários Milhões de Euros, anuais.

Assume-se como uma “Escola de Elite” o que por si só, vai contra o objectivo constitucional de democratização do sistema público de ensino. Mas justifica a razão da sua existência com a suposta formação de futuros militares. Só que, pelos vistos, para isso, não serve, tão poucos são os alunos que optam por seguir a carreira militar.

Mas enfim… Aqui, o privilégio de uns, pagos por todos, não incomoda ninguém.

E este é como escrevi noutro lugar, um sério problema da sociedade portuguesa: Não busca a verdade, nem a consistência de princípios, sobretudo se estiverem a ser debatidos os seus interesses particulares. Nem na privacidade do seu lar, a falar com os seus, o português é capaz de apreciar objectivamente a sua situação e os seus interesses, reconhecendo os seus privilégios. Não tem sentido de justiça.

Acabe-se com o financiamento público dos Colégios privados?

Talvez… em certos casos, sim. Mas, primeiro, acabe-se com uma escola pública de elite, financiada pelos impostos de quem não tem dinheiro para lá meter os filhos a estudar.

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