Protesto dos Coletes Amarelos.
Três palavras em sequência regular…
Protesto é Protesto.
Colete é para estar vestido.
Amarelo é só colorido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.
Estes senhores Amarelos
São feitos de sal e farelos.
Se um dia chove,
A água dissolve
O sal,
E sob o céu
Pica só farelos, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…
Coitadinhos
dos amarelinhos!
Não bebem vinho.
Nem sequer sozinhos…
Bebem a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinhos
Dos Amarelinhos!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No Limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.
Mas enfim é
Certo e certeiro
Que isto consola
E nos dá fé.
Que os coitadinhos
Dos tiraninhos
Não bebem vinho,
Nem até
Café.
NR: Adaptação do poema António de Oliveira Salazar de Fernando Pessoa.
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