
Montesquieu escreveu “todo o homem que tem poder é levado a abusar dele”, não se detendo a não ser que encontre limites.
Drenar o pântano (terreno alagado de água estagnada, charco, lodaçal ou em sentido figurado um conjunto de comportamentos dissolutos, imorais, sem ética), foi a base da campanha de eleição do boçal que desde lá até hoje – sempre a pensar na reeleição – está a tornar o mundo um lugar ainda mais inóspito, imoral, pantanoso. Porque ele é o pântano e vem do pântano.
Se não bastasse tantos outros factores que fazem dele o próprio lodo chegava-me o racismo monstruoso que incita os seus concidadãos a gritar em coro “send her back”. Revolta-me porque o incitamento vem de um presidente – que deveria ser um exemplo – a usar tamanha linguagem imoral. Descemos muito baixo na política.
Só alerto porque tenho medo. Continuarei a escrever este medo. Estamos a ficar pouco espertos. Estamos a ser educados para a ignorância. Estamos a ser conduzidos ao pântano.
É preciso estarmos atentos porque o pântano – o terreno alagado de água estagnada – é a cultura própria que as bactérias precisam para se desenvolver e reproduzir.
Mesmo quem não esteja ainda afectado pode vir a ser um corpo para ser infectado. Todos sabemos que só há um antibiótico de combate às bactérias. A Educação. Sabem disto não apenas os que combatem bactérias mas justamente os que partilham as sementes de bactérias nos pântanos deste planeta. Esse é o perigo. Com essas sementes de ódio se alimentam as hordas esfomeadas.
Os índios não tiveram bisontes suficientes para correr com os emigrantes “ilegais” que com má fé (a Cristã) lhes roubaram e ocuparam a terra, os segregaram e agora querem fazer o mesmo com quem não tem a mesma cor de pele e religião. Como povo educado confiaram na bondade. Cedo descobriram a bactéria e, tarde reagiram no seu combate. Foram subjugados. Assim aconteceu em tantas outras culturas.
Evoluir significa não repetir pântanos, por isso precisamos de educação em detrimento dos extintos bisontes que já não nos podem defender.
Deveríamos ter uma emenda ao sistema democracia – para que este seja o melhor sistema – onde ficariam proibidos os piores candidatos da espécie tendo para selecção que passar por “numerus clausus” e testes de admissão – como nas melhores universidades. Caso resvalassem no exercício das suas funções, seriam de imediatos retirados. Valeria também para partidos políticos e/ou candidatos à junta de freguesia. Simples.
No caso português seriam os mesmos princípios aplicados para sempre se fazerem geringonças. Que retirasse a tentação de dar razão a Montesquieu.
Afinal somos nós que elegemos em democracia – os piores da espécie – o que significa que o poder está de um lado e descompensado, por falta de mecanismos de imposição de limites.
Afinal somos nós (todos os que partilham o adn da espécie sapiens e não vieram parar a este planeta vindos em objectos voadores com matrículas de outras galáxias) os que podemos e devemos estabelecer os limites, ao poder de que certos homens e mulheres abusam.
Ou em vernáculo (porque estou zangada depois de ver um vídeo vergonhoso onde uma multidão ignorante, boçal, furiosa e possuída – semelhante ao seu líder – grita” send her back”), foda-se pá! Onde está o que nos distingue das restantes espécies, o pensamento? Não aprendemos nada?
Não com as palavras de Montesquieu mas com as acções daqueles que já as praticaram no passado e revelaram as consequências do abuso de poder sem limites.
Anabela Ferreira
Montesquieu desconhecia um conceito fundamental, o qual também parece ser um mistério para Anabela Ferreira. Chama-se Sabedoria e escreve-se com letra maiúscula. A vida inteira de alguns iniciáticos, na sua grande maioria católicos, é a constante procura da Sabedoria. Ela encontra-se, habitualmente, nos mais simples e humildes. Os intelectuais têm uma procura mais árdua e, necessariamente, mais radical. Muito poucos passam da parte baixa do S de Sabedoria. Jesus Cristo abarcou-a na totalidade. Eu tenho verificado a existência de várias pessoas com Sabedoria, quase todas, muito humildes. Só conheço um político português que, por acaso, é dos homens com maior Sabedoria do Mundo, actualmente. Foi Ministro de Salazar e, depois de 1974, foi deputado ao parlamento e Embaixador de Portugal na ONU. O Poder nunca o corrompeu. É um homem de inteligência soberba e de grande humildade.
O poder corrompre os mais fracos, sempre! Todos os que não são humildes e, por conseguinte, inconscientes da sua ignorância, têm a tendência para a compensação através da falsa superioridade e da corrupção. Todos, rigorosamente todos!, os membros do Partido Socialista nos ministérios, nas secretarias de estado e no parlamento, assim como os parlamentares do Partido Comunista e do Bloco de Esquerda, sofrem das mais variadas frustrações. São pessoas sofredoras que pensam sempre mais em tornar os outros infelizes do que em lutarem pela sua própria felicidade, sem recurso ao roubo e à corrupção.