A crise começou quando o Presidente Ianukovich se recusou a renovar um contrato comercial com a União Europeia, preferindo aproximar-se da vizinha Rússia, contra a vontade de milhões. O Presidente decidiu jogar esta Roleta Russa apostando no cansaço dos manifestantes que pacificamente iam enchendo a Praça da Independência. Como isso não resultou, deu ordem à polícia antimotim para invadir a praça, apelidando a operação de “antiterrorista “. Ordem que, ao jeito do cão de fila, foi cumprida com a mais brutal e bizarra violência.
Mas ao contrário do que cá sucedeu, lá, o povo defendeu-se da barbárie da polícia pro-governo. Pegou fogo a tudo, inclusive, aos polícias. Invadiu esquadras de polícia e edifícios governamentais. O que começou por ser um protesto pacífico, é agora uma autêntica guerra civil em jeito de batalha campal, entre a polícia, de um lado, e o povo, do outro. Um banho se sangue com mortos e feridos de ambos os lados. A Ucrânia perdeu a razão do lema nacional: “Liberdade, Concordância, Bondade”. E tudo leva a crer que o pior ainda está para vir, pois a resposta da U.E. a esta violência, foi a ameaça de sanções económicas que só prejudicarão o povo. A união Europeia nunca esteve e nunca estará ao lado do povo.
A aproximação à U.E., ou seja, à traiçoeira Alemanha, será a pior coisa que poderá acontecer à Ucrânia. Em poucos anos seriam apenas um mercado de exportação, com mão-de-obra barata, como aliás o são todos os países periféricos. Não foi por acaso que o Reino unido rejeitou o Euro e não é por acaso que é actualmente uma das mais fortes economias do mundo.
Mas e então?
A vontade popular é soberana. Nenhum governo tem o direito de escolher um caminho diametralmente oposto ao que é trilhado pelo povo que governa. Cá, como lá, vale um entendimento destruturante daquilo que é uma democracia: a legitimidade democrática é entendida como algo de formal, sem nenhum conteúdo material, em que a intervenção do povo se limita à possibilidade de votar (ou abster-se de o fazer) nos partidos que o sistema permite que existam (ou subsistam…).
Segundo um comunicado do conselho regional de Lviv, citado pela rádio “Free Europe”, “A maioria dos departamentos distritais da polícia já anunciou a sua decisão de tomar o lado do povo ucraniano e de responder perante o comité executivo do conselho regional de Lviv.”.Mas em Kiev, a polícia de choque insistem agredir selvaticamente o povo e até jornalistas.
Levantam-se, lá, as mesmas questões que se suscitaram, cá. Para que servem estas polícias, civis, orientadas para a repressão “pura e dura”? E porque é que nos países que apostam nestas polícias, existe sempre uma prévia desmilitarização e enfraquecimento das forças nacionais militares? Qual é o intuito subjacente à criação de uma polícia ou uma secção de polícia especializada, não na reposição da ordem social, não no combate à criminalidade, mas sim na repressão violenta de massas populares?
Os povos estão sempre entre lobos, e no caso da Ucrânia, UE e Rússia., Acusam alguns destes lobos de serem nazis, não dizem é de que lado estão, mas parece darem a entender que é do lado do pró-europeus?
Rússia ou UE, que desgraçado fado? Porque já não podem os Ucranianos escolherem a Ucrânia, e nós Portugal? Que maldita sina!
Mas em qualquer caso que a Europa vede o passo ao crescimento do nazismo.Mas será que a Alemanha está interessada neste combate, ou mesmo a UE, a França e nós portugueses?
Uma pergunta crucial:
E porque é que nos países que apostam nestas polícias, existe sempre uma prévia desmilitarização e enfraquecimento das forças nacionais militares?
Na Ucrânia como em Portugal, porquê?
São policias orientadas para através dos seus oficiais, estarem dependentes da classe politica vigente.