
Ontem, depois de um intervalo que me pareceu eterno (devido a uma cirurgia a que tive de ser submetida, não pude comparecer nas duas últimas visitas) consegui, finalmente, estar com o meu marido. As saudades já eram muitas e nestas alturas de “festas” este afastamento tão injusto custa ainda mais. Encontrei-o bem, com aquele espírito combativo que o caracteriza mas preocupado com o que vai sabendo… que se está a passar naquele Estabelecimento Prisional: Nos últimos tempos, deixaram de prestar serviço dois médicos que asseguravam as consultas de clínica geral, uma psiquiatra e uma dentista; Não tem havido medicamentos – analgésicos, antipiréticos, anti-inflamatórios, antialérgicos – de toma oral. Fiquei a pensar no assunto: aqueles homens (os culpados e os inocentes) que vivem em condições propícias à propagação de vírus e bactérias (a quantidade de casos de gripe que por lá grassa é sintomática), em camaratas de 4 habitadas por 5, fechados em espaços reduzidos horas sem fim, num ambiente frio e húmido, estão à guarda do Estado. Então, o Estado permite esta situação? Ou será que quem de direito não sabe? Falha grave, digo eu. Ou será que sabem, mas não querem saber? Não quero acreditar nesta hipótese… seria criminoso. Seja como for, aqui fica o meu apelo às pessoas (não Entidades) que mandam, que decidem: os presos (os culpados e os inocentes, repito) são seres humanos e o Estado tem o dever de lhes prestar cuidados básicos de saúde. No EP da Carregueira, tal não está a acontecer!
Fernanda Flora Abrantes
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