Carlos de Oliveira escreveu Fernando Lopes-Graça musicou e oCoro da Academia de Amadores de Música cantou “Não há machado que corte a raiz ao pensamento” este claramente é o mote, é a motivação, é a decisão e esta é mesmo irrevogável! Não há machado que deite abaixo A Barraca, não nos enfiam o barrete, perdão o Barreto, só porque querem.
A passada segunda-feira, dia de Reis, foi dia de mais um Encontro Imaginário (Sociedade Civil), já lá vamos, a noite começou mais cedo, começou com Maria do Céu Guerra a fazer uma apresentação dos planos d’A Barraca para 2014 (link aqui e no final do texto).
É importante termos consciência que a vontade governamental de manter o Povo alheado dos seus valores culturais é uma arma de destruição massiva do livre pensamento e da livre capacidade critica, de análise e muito importante de escolha.
O texto que alguns ainda consideram o texto fundamental da República Portuguesa, o tal texto que tanto incomoda os actuais governantes tem referida tão somente 57 vezes a palavra cultura, não será portanto um assunto de menor importância. Não só a palavra é referida como também o Estado assume o compromisso de apoiar e promover as actividades culturais, não aquelas que entende, tais como exposições de tachos e tampas de panelas, mas todas.
Disse Maria do Céu Guerra que o Secretário de Estado da Cultura não está a censurar porque já não há censura, referiu que tem sido confrontada com a pergunta se extinção significa que A Barraca vai acabar sendo a resposta “Extinção é ir acabando! Extinção é acabar quando não resistirmos mais!”. Embora esteja plenamente convicto que a capacidade de resistência d’A Barraca é muito superior à fraca capacidade de resistência deste governo, eles são extintos antes, não deixo de achar, ao contrário do que comentou Maria do Céu Guerra, isto é censura. É censura e com requintes de crueldade, não se risca, vai-se riscando.
Ontem terá sido entregue ao secretário de estado da cultura Jorge Barrete, desculpem Barreto (tenho certamente um problema no teclado que faz fugir a tecla para a verdade), a petição “A Barraca não pode ser extinta” que reuniu 8.000 assinaturas, valor considerado pelos organizadores muito significativo para uma causa cultural.
O plano d’A Barraca para 2014 é melhor escutarem de viva voz explicado pela Maria do Céu Guerra.
Maria do Céu Guerra – A Barraca (Projecto 2014)
Para terminar um breve e prometido comentário sobre o Encontro Imaginário (Sociedade Civil) que contou com a participação da historiadora Raquel Varela que encarnou de tal forma a personagem que poder-se-ia dizer que tinha sido possuída pelo espírito de Cleópatra, o arquitecto José Romano que de forma soberba arquitectou um Loyola com um sentido de humor assertivo e o capitão de Abril Vasco Lourenço que deu vida ao Marquês de Pombal, um homem determinado, com visão e que embora controverso mudou não só o rosto duma cidade que reconstruíu mas mudou também um País.
Ao ver Vasco Lourenço no papel de Marquês de Pombal não consegui evitar pensar, ele que já uma vez contribuiu para mudar um País e que em Novembro passado disse sobre os actuais governantes “ou saem a tempo, ou vão ser corridos à paulada”, será que, agora com a “ajuda” do Marquês de Pombal está disponível para o fazer de novo?
Mas o mais importante de tudo é ver que A Barraca está viva, com uma enorme força anímica para continuar a luta de quase 4 décadas mas, como escutaram a nossa ajuda, o nosso apoio é fundamental.
Caro Barrete, A Barraca Abana… Abana, mas não cai!
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