Os calhaus incivilizados

Há um problema de racismo na maioria dos países Europeus.

Reino Unido e Itália incluídos.

Não vejo futebol só ouço e leio os comentários dos amigos. Tal como aconteceu ontem. Para mim não passa de desporto sabendo que é um negócio( bastante sujo).

Vibro com ténis e não me ofende se uma atleta ganha à Serena Williams ou à Osaka. Faz parte de qualquer desporto.

Tenho um fraquinho pela selecção do caído Império Romano por oposição à selecção do Império Britânico. Ou seja, torcia pelo esparguete e pela pizza sem ananás. Gosto mais da gastronomia italiana até porque os Bretões não têm gastronomia, têm alimentos. Mas voltando à bola, desculpem, aos Impérios, ambos usaram o racismo,, a Escravatura e a divisão para reinarem bem. Ultrapassando limites até para humanos. Ou seja, formas violentas e selvagens de governar.

Vivi nos dois países ( até recentemente) e em ambos senti na pele os efeitos do racismo. Não é brincadeira. A agressividade é profunda, está entranhada.

” Desde que convives com mais brancos até estás mais clara”…estas e outras flores foram-me arremessadas em ambos os lugares.

Ontem soube que uns jovens falharam uns penalties (grandes penalidades). Não fazia ideia da cor da pele desses jovens jogadores. Afinal a cor é preta e agora são alvos de ataques racistas. Por falharem a bola na baliza.

Seriously?

Knoc knoc, terra a chamar calhaus!!

Aparentemente um grande treinador como o é este homem da selecção dos Bretões ( aprendi umas coisas sobre as suas imensas qualidades como humano enquanto vivia em Albion) confiou nos seus jogadores. Mandou-os chutar. Mandou-os para a boca do lobo.

Estrelas do futebol já falharam penalties em finais. Outros marcaram golos com as mãos e ganharam finais. E agora?

Pois, dizem-me ali da regie, eram branquelas. Ninguém os insultou por causa deste facto.

Neste jogo parece que funciona assim. Já todos deveríamos estar acostumados. Contam as bolas que entram.

As regras só não entram nas cabeças ocas dos racistas, esses sim privados de sinapses neuronais, perdidas que ficaram na evolução.

Lamento que tenham ficado para trás pendurados em árvores na cadeia de evolução de todas as espécies.

Os Bretões inventaram a modalidade e hoje maioritariamente jogam com descendentes dos países onde impuseram o seu alvo Império. O que me apraz.

São todos iguais em campo e cá fora.

O treinador ( que eu gosto) tem-lhes ensinado o quanto ser igual e respeitar o outro semelhante faz crescer o desporto-rei.

Está na sopa de todas as mesas que “mandaram” no mundo usando o modelo económico da Escravatura com base no Racismo. O problema não está em identificar a existência de Racismo Estrutural. Existe. A sociedade Moderna tem-no na sua base.

O resto é distracção.

Falemos, pensemos, aprendamos as formas de o remover.

Lá como cá.

Não deixemos que o racismo volte a ser servido. Tem de ser erradicado da gastronomia de qualquer país. Sobretudo agora que forças perigosas, racistas e fascistas se reaproximam da mesa.

Como em tantas situações não esqueçam – “muitos dos oprimidos estarão do lado do opressor.” Cuidado, eles vão usar os mesmos métodos:

-Vão ser feios, porcos e maus!

Quando se nasce calhau nunca se deixa de ser calhau. Assim são os racistas.

São um enorme atraso para todos aqueles que já estão junto da baliza e precisam esperar pelo atrasado.

Nunca me canso destas palavras quando Ghandi chegou a Heathrow e os jornalistas lhe perguntaram: ” O que pensa da civilização Ocidental? ao que Ghandi respondeu

” É uma boa ideia”…

Anabela Ferreira

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