Parece que o processo dos submarinos prescreveu!
Fantástico, magnifico, este já não incomoda ninguém. O processo da Tecniforma, por lá continua em banho-maria até morrer definitivamente. O do BPN é melhor nem falar porque mexe com gente muito importante, pelo menos eles assim se julgam e nós deixamos. Pelo caminho vão rolando algumas cabeças que tiveram a triste ideia de querer por o processo a mexer como foi o caso de Cândida Almeida.
Os processos de Angola são arquivados com o supremo despudor de se argumentar no despacho de arquivamento que valores mais altos se levantam e que não são todos iguais aos olhos da Lei. Curioso o facto de que no caso do processo Freeport os procuradores que deixaram prescrever o processo resolveram fazer justiça pelas próprias mãos e deixar no ar a mensagem sugestionada de que havia um culpado mas que não os deixaram fazer o seu trabalho. Isto é uma treta, nuns casos não os deixam trabalhar, noutros não trabalham porque valores mais altos se levantam.
Um puto está a ser julgado por um colectivo de juízes por ter roubado umas pizzas no valor de trinta e um euro e cinquenta centavos. Clama-se justiça que tem de ser dura, cega, rápida e isenta. Mobilizem-se 3 juízes, um procurador, um escrivão e um advogado e julgue-se de forma exemplar o criminoso. Julgue-se rápido e sem clemência, faça-se do puto um exemplo de que em Portugal não são permitidos crimes tão rascas. É tudo uma questão de zeros se em vez de 37 Euro o produto do roubo tivesse sido 37 milhões lá ia o processo parar a uma gaveta até morrer de velho e o puto muito provavelmente ainda ir parar a um qualquer gabinete ministerial.
Desculpem, distrai-me com estas divagações sem importância nenhuma, comecei pelos submarinos e submergi noutros pensamentos. Paulo Portas outra vez? É verdade, uma vez mais o irrevogável Paulo Portas revela uma muito fraca preparação democrática o que está errado da parte dele, pois tem sido esta espécie de democracia que lhe tem permitido tudo e mais um par de botas (não confundir com o Botas).
Sobre as acções ontem desenvolvidas pela CGTP Paulo Portas tem uma saída fantástica. “Uns dedicam-se às exportações, outros às manifestações”. Tenho esperança (não tenho mas vamos fazer de conta que sim), Paulo Portas estivesse a tentar dar largas à sua veia de poeta e quisesse responder em verso sem reparar que estava a dizer um disparate do tamanho dum submarino. Perdão, do tamanho dum comboio.
O direito à manifestação é algo que está constitucionalmente consagrado. Também é um facto que nem Paulo Portas nem os restantes membros do governo sabem o que é isso. Parece que ouviram falar em constituição mas não lhes explicaram o que era. Perfeitamente aceitável, ouviram isso num ambiente de festa quando um senhor idoso que foi viver para Belém disse com aquela fluência que lhe é característica “Juro cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa”. Depois disto foram todos para a festa e não se falou mais no assunto.
O irrevogável Paulo Portas, aquele que há uns anos dizia que se algum dia tivesse um amigo no governo deixava de ser amigo dele, deve ter uma vida muito triste, sem amigos e sem se conseguir olhar ao espelho. A não ser que essa sua afirmação tenha sido o principio da sua própria definição de irrevogabilidade.
Mais impostos não! Mexer nas pensões não! Há limites que não podem ser ultrapassáveis! Não posso pactuar com mais sacrifícios!
Calma, não sou eu que estou a gritar palavras de ordem, estas frases foram proferidas pelo irrevogável e como todos bem sabem foram escrupulosamente cumpridas… Ou terão sido todas ignoradas com enorme falta de escrúpulos?
Não deixa de ser verdade, o governo tem-se dedicado à exportação. Os milhares de Portugueses que já foram exportados. Serviram para manipular os números por forma a permitir mais uma campanha de propaganda do regime. Serviram para dizer que o desemprego tinha baixado. Não podemos dizer que estão no caminho errado, se correrem de cá com todos os que estão em idade de trabalhar até ficamos com taxa 0 de desemprego.
Sobram os velhos, essa raça que só dá despesa e que até a senhora do FMI diz que estão a viver de mais. Esses têm de ser tratados doutra forma, exportar não dá, ninguém quer comprar produtos usados, o melhor neste caso é cortar os rendimentos, a assistência à saúde, os apoios sociais e eles vão começar a cair de maduros.
Aí sim, quando aí chegarmos temos um País fantástico, uma colónia de férias para os Alemães e Ingleses… Só precisamos de acabar com o que de mal tem Portugal… Os Portugueses!
NA PRAÇA PUBLICA E JUSTIÇA POPULAR ERA O MAIS CERTO …..