«Tento sempre ver as coisas do lado de quem está a partir do zero para ter coisas, porque também foi esse o meu percurso. Acho que isso dá bagagem para pensar a política e a organização da sociedade tendo em atenção essas pessoas.»
José Gomes Ferreira, no i:http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/jose-gomes-ferreira-continuamos-pagar-muito-lobis-nos-escravizam/pag/-1
Se Nuno Crato se dispôs a implodir o Ministério da Educação, José Gomes Ferreira quer completar o serviço. Questionado sobre a necessidade de «implodir o sistema para reconstruir do zero», o funcionário da SIC não foi de modas: «Tal e qual.» Para isso, ele não repudia a hipótese de abraçar um projecto político, no qual possa fazer um apelo patriótico aos portugueses: «A tua história foi muito maior do que te dizem». Como confessou ao i, aguarda com alguma ansiedade que lhe soprem ao ouvido: «precisamos de ti».
Entretanto, entretém-se a fazer concorrência aos populistas que vêm brotando por aí em tempos de crise. A receita de Gomes Ferreira é mais simples do que parece. Sendo licenciado em comunicação social, supera as lacunas de base no âmbito da economia através de um autêntico ovo de Colombo: «dou muita importância ao senso comum.» E desabafa: «Às vezes resolviam-se problemas tão fáceis na economia e na política se se seguisse o senso comum.»
Deve ser por isso que, como lembrava João Quadros (*), «José Gomes Ferreira, o homem com um programa de governo, veio sossegar os espíritos e afirmou, na SIC Notícias, que o BES estava sólido e que se ele tivesse dinheiro investia tudo em acções do BES (estavam a 0,45 nesse dia).» Aquele conjunto de pequenos accionistas do BES que se esforçou «a partir do zero para ter coisas», e que, com o «senso comum» de José Gomes Ferreira, volta agora à estaca zero, estará certamente ansioso pelo lançamento do projecto político do funcionário da SIC.
(*) http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/joao_quadros/detalhe/o_fio_da_navalha.html
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