Pronto a coligação pafiosa anda amuada e a precisar de marcar consulta no psiquiatra. Coelho parece um daqueles tipos que foi corneado e anda choroso porque a namorada o traiu com o seu maior inimigo.
Costa é um salafrário. Um bígamo com um apetite amoroso esquisito. Como é que pode preferir Jerónimo que já passa dos setenta, apesar de ainda dançar o tango, em vez daquela estampa de homem garboso e escultural que é Passos? Como é que pode trocar essa figura repentista e vaidosa, esse submarino irrevogável que é o Dr. Portas, pela baixinha da Catarina que não tem mais que uns olhos bonitos e um sorriso maroto?
A PAF chora baba e ranho. Dizem que foram traídos. Encontraram Costa na cama com o Jerónimo à esquerda e a Catarina à direita. Costa, atrapalhado, ainda assim, apanhado de surpresa, tapou-se com o lençol, mas recompôs-se lesto, e foi dizendo, contrariamente ao adúltero clássico: “Aquilo que estás a ver é aquilo que estás a pensar”.
Coelho soltou um grito lancinante em dó menor e resvalou de imediato para a quinta sinfonia de Beethoven, também ela em dó menor, em toda a sua estridência e inquietude.
Vamos a ver. Pode alguém obrigar outrem a ama-lo e a manter uma relação contra vontade? Nas sociedades modernas e civilizadas não. O divórcio é legítimo e mesmo o divórcio litigioso já foi abolido. Pode a PAF obrigar o PS a apoia-la se o PS prefere obter o apoio do PCP e do BE? É óbvio que não.
Pode Passos chorar. Pode a PAF acusar António Costa de querer o poder, nada que ela não queira ter com o supremo afã, já que o argumento é reversível. Pode a PAF dizer o que quiser. Mas se o Parlamento não aprovar o seu programa nem o seu orçamento, nada a fazer: a PAF não irá governar. O resto é folclore, por muitos comentários que os jornalistas avençados debitem, por muita teoria catastrófica que se promova, por muito arrazoado acusatório que se expanda contra António Costa e o PS.
Afinal, o que queriam é que Costa se comportasse como as raparigas ciganas que ainda hoje são “prometidas” a um varão de família amiga, como se de uma mercadoria se tratasse, não tendo nessa escolha qualquer arbítrio.
Não, nos países civilizados, os amores e desamores derivam da livre decisão das partes, e o mesmo se passa na vida política.
A dor de corno é a maior dor do mundo. Passos e Portas bem podem chorar o serem preteridos. Acontece aos melhores.
Vão ao psiquiatra. Mudem de visual. Quiçá deixem crescer a barba. Pode ser que fiquem com um ar mais credível e até mais “gauchiste”.
E, no limite, ponham mesmo uma boina à Che Guevara.
Pode ser que dessa forma, consigam cair nas boas graças de António Costa.
É que mais vale cair em graça do que ser engraçado, coisa que Passos e Portas, por muito que se esforcem, não conseguirão nunca a vir a ser.
(*) Estátua de Sal é pseudónimo dum professor universitário devidamente reconhecido pelo Noticias Online
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