Passos apela, e diz que está disponível, para uma revisão extraordinária da Constituição que permita dissolver de imediato o parlamento e fazer de imediato novas eleições. Extraordinária declaração, eivada de espírito totalitário e fascizante esta do chefe da ultradireita. Quando o resultado das eleições não lhes agrada e não permite que continuem a governar e a prosseguir no saque e no esbulho aos cidadãos, querem que se repitam, tantas e tantas vezes, até que o resultado lhes agrade.
Já suspeitávamos que assim era. Que a direita só é democrata pela epiderme e lá no fundo é trauliteira e ultramontana. Mais uma razão para ser afastada de imediato, porque, depois de declarações deste jaez, ficou provado que é um perigo para o Estado democrático instaurado pelo 25 de Abril a continuação desta gente no poder.
O jogo democrático contempla as diferenças, o debate, a contenda política. Mas o jogo democrático não pode permitir nem contemplar a existência de contendores que apelem à alteração das regras a meio do jogo, de forma a alterar os resultados que não lhes são favoráveis e que por isso gostam.
E eles, Passos, Cavaco e todo o séquito, que tanto diziam prezar a estabilidade no país, são hoje os primeiros a apelar à divisão e à quase guerra civil entre os portugueses. Agora já não se incomodam em criar um cenário de crispação e incerteza tal, que faça subir os juros da dívida da República, prejudicando a capacidade de financiamento do Estado e das empresas.
Tal como em 2011, a direita quer pôr o país a ferro e fogo e, lá no fundo, quer mesmo que a troika regresse, rapidamente e em força. Parece que é com ela, e com o pais ajoelhado aos ditames dos interesses estrangeiros, que a ultradireita, de vergasta em punho, ambiciona e adora governar.
Este faz lembrar os presidentes de certos países africanos e sul-americanos que sempre querem alterar as constituições para continuarem no poder. Que diferença faz Passos Coelho de José Eduardo dos Santos ou de Nicolas Maduro? Absolutamente nenhuma. E o que é engraçado é que a Comunicação Social Portuguesa infestada de comissários políticos, é incapaz de fazer esta comparação e repete até à exaustão as pretensões do candidato a ditador promovendo “debates” falsos sobre falsos “debates” em volta deste delírio fascizante de que fazem ruído e promovem voluntariosamente.
Há sempre maneira de dizer a mesma coisa de forma diferente, como por exemplo estas :
1ª forma :
1. Partido mais votado sugere alterar CRP para ser possível realizar novas eleições
2. Partido imediatamente a seguir menos votado não acha bem e rejeita
2ª forma :
1. Partidos que respeitam a CRP formam maioria
2. Partidos que cospem na CRP sugerem mudá-la para dissolver maioria
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