Os vigaristas

No seio das igrejas evangélicas – entre outras – foram buscar os acólitos mais narcisistas, artistas da vigarice, que sabem falar para as massas, sem escrúpulos nem remorsos por provocar prejuízo alheio na vida dos seus tolos seguidores. 

Mediante ardis, fingindo acreditar na banha que vendem, usando meios fraudulentos e manipulação barata dizem-se fiéis ao credo que pregam. Só até chegarem onde pretendem. Já no redil, com as presas cegas despem o fato e mostram-se como são.  

Os imbecis (somos todos um pedaço) que mergulham neste poço de alcatrão e penas estão nele presos, hipnotizados, incapazes de pensamento crítico, de usar a dúvida como ponto de partida para perceber as intenções e agendas destes artistas falhados, com uma disfunção no cérebro. 

Do púlpito vendem água benta para os fiéis e quando estiverem na plataforma de poder, no lugar de pastor principal, querem lá saber da água. Menos ainda de tudo aquilo que foi santificado e tem valor para os seguidores. Ou daquilo que lhes prometeram. 

Nem querem saber de lei, nem de limites, apenas ajudar-se a si próprios. 

Podem até destruir-nos a todos. Porque neles não existe um fio de cabelo com escrúpulos. 

Já ouviram falar do padre que disse acreditar em Deus, vestiu a batina, reza fervorosamente e na calada da noite é pedófilo, mas ninguém quer acreditar que o homem andava a abusar dos seus filhos?  

Como disse Mark Twain “é mais fácil enganar pessoas que convencê-las de terem sido enganadas”.

Foi deste útero disfuncional (as igrejas evangélicas) que nasceram Trump, Bolsonaro, Milei, Ventura, e por aí vai por esse planeta fora, com um livro sagrado debaixo do braço e uma treta qualquer para vender a quem não sabe o que fazer da sua vida.  Em vida ou depois da vida. 

Por isso, se Portugal – com um povo vulnerável, pobre, fragilizado, em luta aberta pela sobrevivência – continua a não ver que está a ser comido e sem ver que um pobre, um vulnerável, um desesperado pelas crises sucessivas, pela dificuldade em pertencer a uma comunidade, a dar mais sentido às emoções que à razão, tolhido de medo, ignorante, ao procurar ser amado por aquele vigarista que diz o que queremos ouvir, não será nunca salvo por esse vigarista… teremos o caldo entornado.

Se Portugal no dia 18 continuar a não ver que a cheganada e outros afiliados é parte deste esquema e mesmo assim ainda votar nos que se dizem evangélicos – cristãos fingidos, vigaristas, então estamos muito fodidos e vamos precisar de muita terapia.  Pardon my French…Ou como dizem os franceses somos “que des cons” se acreditarmos nos “con artists”. 

Mirem -se no exemplo daqueles homens das Américas…

Anabela Ferreira

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